Bandeira de Portugal
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A ostentação de bandeiras era algo de relativamente recente nesta época. As bandeiras derivavam dos escudos de armas usados pelos senhores feudais (o primeiro brasão tornado bandeira parece ter sido o do reino de Jerusalém, por concessão do Papa Urbano II).
O escudo do Condado Portucalense era o do conde D. Henrique, teria consistido numa simples cruz azul sobre fundo de prata (idêntico, curiosamente, ao brasão da cidade portuária de Marselha).
Duarte Nunes de Leão, na Cronica Brandão na Monarquia, diz que as cores com que era pintado o escudo de D. Afonso Henriques eram branco assentando nele uma cruz azul daquele feitio que se chama potentea, por ter a haste mais comprida que os braços.
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De acordo com as práticas heráldicas da época, por não ser filho primogénito de D. Afonso II, ao herdar o trono de seu irmão D. Sancho II por imposição do papa Inocêncio IV, Afonso III não poderia usar armas limpas, isto é, usar o brasão de seu pai sem introduzir alterações. Pensa-se que a introdução da bordadura vermelha castelada a ouro tivesse a ver com o facto de sua mãe (Urraca de Castela), ser castelhana ou, em menor probabilidade, influenciado pelo seu casamento com Beatriz de Castela. No entanto, a tradição fixou outra história, corroborada por inúmeros cronistas ao longo da nossa história (Duarte Nunes do Leão, Frei António Brandão, etc.) — a de que os castelos representavam as fortalezas tomadas por AfonsoIII aos mouros no Algarve. Estes representam, assim, a integração do Reino mouro do Algarve na coroa de Portugal, doravante chamada de Reino de Portugal e do Algarve. Estes cronistas referem vários castelos, não concordando,porém, entre si, quanto a quais (Albufeira, Aljezur, Cacela, Castro Marim, Estombar, Faro, Loulé, Paderne, Porches e Sagres), pelo que, embora escrevam numa altura em que se achava já fixado em sete o número de castelos, aludem a um número superior. Foi nesta teoria que a comissão encarregue de propor o desenho da nova bandeira republicana, em 1910, se baseou para justificar heraldicamente a presença e o significado dos sete castelos na bordadura
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Logo após a Revolução Republicana, em 5 de Outubro de 1910, a Bandeira da Monarquia Constitucional foi abolida.
Houve então um grande debate sobre a manutenção das cores tradicionais, azul e prata (branco), retirando-se apenas os símbolos da Monarquia Constitucional (Coroa), ou pela adopção do verde e vermelho do Partido Republicano Português, e da organização para maçónica Carbonária. Embora muitas das propostas para bandeiras se centrassem no azul e branco (como, entre outras, a do poeta Guerra Junqueiro), o vencedor final foi uma bandeira vermelha e verde, cores associadas ao PRP desde a revolta de 31 de Janeiro de 1891. Os autores do actual desenho da bandeira são Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Abel Botelho.
A bandeira era baseada na que Machado Santos usou, bem como a hasteada pelo navio Adamastor, durante a Revolução Republicana. O governo ordenou desde logo à Cordoaria Nacional que fossem confeccionadas em larga escala, para que fossem hasteadas por todo o país nas repartições oficiais no 1 de Dezembro seguinte, feriado que se tornou na altura o Dia da Bandeira.
Em termos heráldicos, a bandeira vigente apõe dois esmaltes (verde e vermelho) sem separação por qualquer metal, o que expressa a representação de uma região (2ª importância) e não de uma nação (1ª importância), facto que não sucedia com a aposição de um esmalte e de um metal (azul e prata) nas cores nacionais.
Nas duas revoluções que conduziram a outras tantas mudanças de regime, os sucessivos governos republicanos nunca alteraram o desenho da bandeira.
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